Não entendam como um ataque nem nada do tipo, só trazendo outros pontos mesmo.
Recentemente estive envolvido em outro debate de tradução, vou trazer aqui alguns pontos só para deixar o debate mais legal.
Faço parte de um grupo de revisão de mais de 38 pessoas que revisa algumas traduções de jogos de RPG imprenso.
Recentemente tivemos que esclarecer para alguns usuários sobre as opções de tradução de nomes próprios de cidades e outros pormenores.
Quando se fala em tradução, não se fala só em tradução, existem questões de regionalização, localização, adaptação, etc...
Tem muitas pessoas no meio de tradução que defendem que traduzir é criar um texto novo. Não quero dizer que necessariamente uma tradução seja certa ou errado, mas particularmente creio que é muito fácil usar esse argumento para se dar liberdade criativa como tradutor e fazer o que quiser.
E nesse sentido podemos questionar vários pontos, inclusive um que creio ser muitas vezes esquecido.
Em busca de uma fidelidade de tradução é valido sacrificar a cultura original?
Quantas piadas, trocadilhos, referencias, etc. as vezes não perdemos em uma tradução?
Trago especificamente como exemplo as explicações oficiais da galápagos sobre a tradução de Dungeons and Dragons.
Cada raça foi tratada na língua portuguesa de forma diferente. Adicionou-se a cultura da raça na tradução dos nomes relacionados. No caso de elfos, foram usados palavras mais arcaicas, antigas, robustas, que identifiquem essa raça mais ancestral. Palavras sobre anões são mais duras, diretas: da colina, da montanha. Dos gnomos, são normalmente 3 nomes, denotando a engenhoca que é a cabeça deles. Eles transferiram essa característica para as raças. Draconato Permance, Tilfling é Tiferino (não Tieferino), que é de origem Germânica.
Outros exemplos: Silver moon. Se fosse dos anões, seria Lua de Prata. Se fosse Humana, seria Lua Prateada. Como é uma cidade Élfica, é Lua Argêntea, pois é uma palavra mais rebuscada.
Eu por exemplo acho que os tradutores atuais foram muito inteligentes em algumas traduções, como as que citei acima. Mas falar que gostei? Gostei não. Não gostei justamente por que acredito que apesar de tecnicamente bem traduzidas, quebram muito o charme do jogo original que é em inglês. Mas entendi e aceitei.
O que quero dizer trazendo essas reflexões: Incorporar a cultura onde pode é fundamental!
Então, quando falamos do BB, creio que seja fundamental não esquecermos a parte cultural original.
logo: Como traduzir Madness sem perder a essência do que isso significa na sua base?
Eu, particularmente, prefiro não fazer traduções de nomes.
Acho bizarro traduzir nomes de reis e cidades. Faz sentido nenhum pegar livro de historia e ler "Rainha Isabel", mas em todo que é lugar, jornal, tudo o mais ouvir "Rainha Elizabeth"?
Mas fiquem a vontade para contribuírem para o debate e trazerem outros pontos.
Quem sabe não encontramos juntos uma sugestão que faça sentido?